Rita Ladeia
BNCC e ensino de Língua Inglesa - Parte II
Não deixe de conferir a primeira parte do artigo BNCC e ensino de Língua Inglesa.
A partir das três motivações vistas no artigo anterior, a BNCC propõe cinco eixos para o ensino de inglês: oralidade, leitura, escrita, conhecimentos linguísticos e dimensão intercultural. Em relação a esses eixos, é importante que nós, professores, tenhamos em mente que:
a) o trabalho com a oralidade precisa ser constante. Para isso,
• conduza suas aulas em inglês, sempre que possível enfatizando os comandos básicos da aula sempre em inglês e trabalhando constantemente as “high frequency words” (palavras de alta frequência no idioma);
• estabeleça com os estudantes um pacto do tipo “What I know in English, I say in English”. Isso fará com que palavras simples, como “please”, “thank you”, “may I drink some water” passem a ser utilizadas em inglês durante a aula;
• mantenha sempre em mãos o acesso a algum apoio digital, como um dicionário online. Use os recursos que a escola tiver para isso, incluindo o seu celular para pesquisa instantânea;
• trabalhe muito com músicas, vídeos e outros recursos multimídia. Eles ajudam os estudantes a memorizar expressões que ampliarão a fluência e a pronúncia de boa qualidade.
b) o trabalho com a leitura precisa encantar os estudantes:
• Faça uma pesquisa sobre os interesses deles e traga textos curtos sobre os temas de que eles gostam.
• Faça, com os estudantes, uma leitura breve da unidade do livro didático que permita levantar os temas que serão abordados. Então, faça com eles um quadro KWL: O que eu sei sobre isso (what I KNOW about this subject), o que eu quero saber sobre ele (what I WANT to know about this subject) e, posteriormente, preencha o L com o que aprendemos juntos sobre o tema (What we have LEARNED about the subject). Após o levantamento de conhecimento prévio e o de expectativas de aprendizagem (K e W), discuta com eles procedimentos de pesquisa: agrupamentos, funções nos grupos, temas para cada grupo, e, finalmente, como as pesquisas serão compartilhadas.
• Estude com eles a unidade do livro com o objetivo de enriquecer as colunas da pesquisa: peça que encontrem nos textos informações que já sabiam, que aprenderam, ou aquelas sobre as quais querem saber mais.
• Esclareça que a compreensão do todo não depende da compreensão individual de cada palavra ou sentença. Enfatize o desenvolvimento de inferências também sobre o sentido de palavras desconhecidas.
c) o trabalho com a escrita é um processo que pode transcorrer paralelo ao das outras áreas das Linguagens. • Estude gêneros textuais em inglês e ajude os estudantes a identificar as características a partir do que sabem sobre o gênero em português.
• Forneça modelos textuais prontos ou construa com eles um texto coletivo antes que se dediquem à construção de textos individuais.
• Escolha temas relevantes, cuja escrita seja significativa para eles. Nessa idade, falar sobre ídolos, cinema, esportes, planos para o futuro, são alguns dos temas que podem ser explorados em textos curtos.
• Incentive pesquisas em recursos também digitais para apoiar a escrita dos textos e forneça “frases prontas”, que possam apoiar a escrita individual.
• Os conhecimentos linguísticos podem ser mais facilmente assimilados quando fazem sentido para os estudantes. Portanto, o ensino linear do idioma é menos importante do que o ensino daquilo que se faz necessário no momento. Se o estudante quer dizer “eu nunca tive a oportunidade de viajar de avião”, antecipe o Present Perfect. Fará muito mais sentido para ele do que ensinar a estrutura apenas quando aparece no livro didático. Amplie a discussão para outras coisas que nunca tivemos a oportunidade de fazer e transforme o que poderia ser um problema em uma oportunidade de aprendizagem muito mais significativa para os estudantes.
d) a dimensão intercultural amplia a motivação para aprender um idioma:
• Transforme em pesquisa aquilo que você não pode ensinar sozinho: quais foram as reações sobre a notícia X em diversos países do mundo? Por que vocês acham que as pessoas daquele lugar agiram daquela forma?
• Enfatize o tempo todo que não há correto e incorreto em cultura: há diferenças, e o convívio com a diversidade nos leva a aprender a conviver com as diferenças.
• Discuta com os estudantes que dificuldades eles acham que teriam se vivenciassem uma experiência de permanência por um período em lugares cuja cultura é muito diferente da nossa. Tire-os dos limites de pensar sobre Estados Unidos, Inglaterra e lugares mais comuns. Incentive a discussão a partir de pesquisas sobre territórios mais desconhecidos para eles, como Dinamarca, Islândia, países na África, etc.
E, para tudo o que você fizer em sala de aula, lembre-se de que a ferramenta mais poderosa que possuímos para aprender línguas adicionais é a nossa língua materna. Para compreender melhor a importância dessa relação, leia alguns dos textos da professora Ofelia García e sua equipe, publicados em: <https://ofeliagarcia.org/publications/> (acesso em: 18 jun. 2019). Estude especialmente os textos que tratam do tema da translinguagem, que é exatamente essa ligação intrínseca das línguas de um bilíngue emergente (que, no passado chamávamos de aprendiz de língua), ligação essa que nos torna únicos e materializa em nós um discurso que se constrói a partir das nossas melhores escolhas nas línguas que dominamos.
A partir das três motivações vistas no artigo anterior, a BNCC propõe cinco eixos para o ensino de inglês: oralidade, leitura, escrita, conhecimentos linguísticos e dimensão intercultural. Em relação a esses eixos, é importante que nós, professores, tenhamos em mente que:
a) o trabalho com a oralidade precisa ser constante. Para isso,
• conduza suas aulas em inglês, sempre que possível enfatizando os comandos básicos da aula sempre em inglês e trabalhando constantemente as “high frequency words” (palavras de alta frequência no idioma);
• estabeleça com os estudantes um pacto do tipo “What I know in English, I say in English”. Isso fará com que palavras simples, como “please”, “thank you”, “may I drink some water” passem a ser utilizadas em inglês durante a aula;
• mantenha sempre em mãos o acesso a algum apoio digital, como um dicionário online. Use os recursos que a escola tiver para isso, incluindo o seu celular para pesquisa instantânea;
• trabalhe muito com músicas, vídeos e outros recursos multimídia. Eles ajudam os estudantes a memorizar expressões que ampliarão a fluência e a pronúncia de boa qualidade.
b) o trabalho com a leitura precisa encantar os estudantes:
• Faça uma pesquisa sobre os interesses deles e traga textos curtos sobre os temas de que eles gostam.
• Faça, com os estudantes, uma leitura breve da unidade do livro didático que permita levantar os temas que serão abordados. Então, faça com eles um quadro KWL: O que eu sei sobre isso (what I KNOW about this subject), o que eu quero saber sobre ele (what I WANT to know about this subject) e, posteriormente, preencha o L com o que aprendemos juntos sobre o tema (What we have LEARNED about the subject). Após o levantamento de conhecimento prévio e o de expectativas de aprendizagem (K e W), discuta com eles procedimentos de pesquisa: agrupamentos, funções nos grupos, temas para cada grupo, e, finalmente, como as pesquisas serão compartilhadas.
• Estude com eles a unidade do livro com o objetivo de enriquecer as colunas da pesquisa: peça que encontrem nos textos informações que já sabiam, que aprenderam, ou aquelas sobre as quais querem saber mais.
• Esclareça que a compreensão do todo não depende da compreensão individual de cada palavra ou sentença. Enfatize o desenvolvimento de inferências também sobre o sentido de palavras desconhecidas.
c) o trabalho com a escrita é um processo que pode transcorrer paralelo ao das outras áreas das Linguagens. • Estude gêneros textuais em inglês e ajude os estudantes a identificar as características a partir do que sabem sobre o gênero em português.
• Forneça modelos textuais prontos ou construa com eles um texto coletivo antes que se dediquem à construção de textos individuais.
• Escolha temas relevantes, cuja escrita seja significativa para eles. Nessa idade, falar sobre ídolos, cinema, esportes, planos para o futuro, são alguns dos temas que podem ser explorados em textos curtos.
• Incentive pesquisas em recursos também digitais para apoiar a escrita dos textos e forneça “frases prontas”, que possam apoiar a escrita individual.
• Os conhecimentos linguísticos podem ser mais facilmente assimilados quando fazem sentido para os estudantes. Portanto, o ensino linear do idioma é menos importante do que o ensino daquilo que se faz necessário no momento. Se o estudante quer dizer “eu nunca tive a oportunidade de viajar de avião”, antecipe o Present Perfect. Fará muito mais sentido para ele do que ensinar a estrutura apenas quando aparece no livro didático. Amplie a discussão para outras coisas que nunca tivemos a oportunidade de fazer e transforme o que poderia ser um problema em uma oportunidade de aprendizagem muito mais significativa para os estudantes.
d) a dimensão intercultural amplia a motivação para aprender um idioma:
• Transforme em pesquisa aquilo que você não pode ensinar sozinho: quais foram as reações sobre a notícia X em diversos países do mundo? Por que vocês acham que as pessoas daquele lugar agiram daquela forma?
• Enfatize o tempo todo que não há correto e incorreto em cultura: há diferenças, e o convívio com a diversidade nos leva a aprender a conviver com as diferenças.
• Discuta com os estudantes que dificuldades eles acham que teriam se vivenciassem uma experiência de permanência por um período em lugares cuja cultura é muito diferente da nossa. Tire-os dos limites de pensar sobre Estados Unidos, Inglaterra e lugares mais comuns. Incentive a discussão a partir de pesquisas sobre territórios mais desconhecidos para eles, como Dinamarca, Islândia, países na África, etc.
E, para tudo o que você fizer em sala de aula, lembre-se de que a ferramenta mais poderosa que possuímos para aprender línguas adicionais é a nossa língua materna. Para compreender melhor a importância dessa relação, leia alguns dos textos da professora Ofelia García e sua equipe, publicados em: <https://ofeliagarcia.org/publications/> (acesso em: 18 jun. 2019). Estude especialmente os textos que tratam do tema da translinguagem, que é exatamente essa ligação intrínseca das línguas de um bilíngue emergente (que, no passado chamávamos de aprendiz de língua), ligação essa que nos torna únicos e materializa em nós um discurso que se constrói a partir das nossas melhores escolhas nas línguas que dominamos.
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