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Educação

O conhecimento na perspectiva de uma educação plena.

ENSINAR NÃO É TRANSFERIR CONHECIMENTO, MAS CRIAR AS POSSIBILIDADES PARA A SUA PRÓPRIA PRODUÇÃO OU A SUA CONSTRUÇÃO – PAULO FREIRE.

Um estudo sobre o futuro do trabalho da consultoria global McKinsey & Company revela que 6 em cada 10 trabalhos podem ter mais de 30% de suas atividades automatizadas. No cenário mais modesto, isso poderá impactar, até 2030, a atividade laboral de 400 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, a estimativa é que o efeito da automação atinja cerca de 16 milhões de brasileiros, especialmente os jovens que não tiveram acesso a uma educação de qualidade.

Este novo cenário vai exigir um aumento de qualidades humanas, como a criatividade, o trabalho em equipe, a persistência, a abertura ao novo, a comunicação e o pensamento crítico, entre outras. Por isso, a oferta de uma educação com significado, que seja capaz de desenvolver o potencial pleno das pessoas, torna-se condição imperativa para o acesso aos postos de trabalho atuais e futuros.

Isso requer uma educação que vá além do desenvolvimento de competências cognitivas, mas que seja capaz de introduzir, de forma articulada com estas, as chamadas competências socioemocionais, na perspectiva do desenvolvimento pleno de nossos educandos, em conformidade com o Artigo 2º da LDB (“A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”). Quando essa articulação ocorre no contexto do currículo escolar, e de forma intencional, é o que chamamos de educação integral.

Vários estudos mostram que estudantes mais responsáveis, colaborativos, persistentes, curiosos e resilientes aprendem mais, concluem seus estudos básicos na idade certa e saem da escola preparados para seguir aprendendo ao longo da vida; na idade adulta, tornam-se cidadãos mais conscientes e participativos, trabalhadores mais éticos, produtivos e realizados, enfim, seres humanos mais aptos a fazerem boas escolhas e usufruírem delas.

Espera-se assim que as escolas preparem as nossas crianças e os nossos jovens para desenvolver tais habilidades no ambiente escolar; não com mais uma disciplina, mas numa nova forma de ensinar e de aprender – o que significa, por outro lado, a necessidade de dar um novo significado à formação do professor.

Para trazer as nossas escolas, professores e estudantes para esse novo ambiente, um passo importante foi dado com a homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a partir de suas dez competências gerais que asseguram, entre outras coisas, alguns dos princípios que são fundamentais para o desenvolvimento integral, tais como, autonomia (o objetivo maior da educação integral é a formação para a autonomia, entendida como o empoderamento dos estudantes para fazer escolhas fundamentadas em seus projetos de vida), protagonismo (promover o protagonismo docente e estudantil é decisivo para que se vejam e sejam vistos como parte da solução e não do problema) e corresponsabilidade (o direito à educação deve ser assegurado com o envolvimento de todos, numa ética de corresponsabilidade entre o primeiro, o segundo e o terceiro setores, além de famílias e cidadãos mobilizados de forma coletiva e solidária, em consonância com o Artigo 205 da Constituição Federal).

Levar essa perspectiva ao dia a dia das escolas e redes de ensino de forma estruturada e intencional requer inovações não só na estrutura curricular e nas políticas educacionais, mas também na formação de professores e nas práticas pedagógicas a serem empregadas em sala de aula. Para isso, é importante reunir os conhecimentos que já vêm sendo produzidos, tanto pelos próprios professores no cotidiano das escolas, quanto pelos pesquisadores e especialistas das diversas áreas das ciências – educação, psicologia, economia, neurociências e muitas outras, que podem auxiliar a encontrar as práticas mais eficientes para atingir tais objetivos.

É importante reunir os conhecimentos que vêm sendo produzidos, tanto pelos professores no cotidiano das escolas, quanto pelos pesquisadores das diversas áreas das ciências.

Consequentemente, assegurar aos nossos alunos um aprendizado pleno que os habilite a realizar escolhas com autonomia, passa necessariamente por assegurar aos nossos professores o direito ao conhecimento.

O conhecimento, ao qual estamos nos referindo é aquele capaz de “empurrar a fronteira da educação”, um conhecimento baseado em evidências práticas e científicas, que promova no professor a capacidade de desenvolver plenamente o potencial de seus estudantes. O educador dos dias atuais e futuros deve despertar nos seus alunos o gosto em adquirir o conhecimento, o que implica a valorização da pesquisa no seu cotidiano escolar, no processo de ensino-aprendizagem, ou seja, na perspectiva de uma ação baseada em caráter participativo, impulso democrático e contribuição à mudança social.

Matéria originalmente publicada na revista Mundo Escolar, número 7.

10 dicas para os professores estimularem seus alunos.

Sugestões práticas de como seus alunos podem aumentar o rendimento na sala de aula.

1. DESCOBRIR COMO O ALUNO ESTUDA
Sugestão de perguntas:

Você leu os capítulos que indiquei antes de fazer a prova? Leu antes de vir para a aula, depois ou somente antes do teste? Quanto tempo de estudo dedicou para fazer a prova? Leu os capítulos uma vez ou mais?

Essas perguntas permitem inferir a frequência com que visitam o conteúdo e verificar o quanto a repetição está relacionada à formação e à evocação de memórias.

2. OBSERVAR A PRESENÇA EM AULA E O HÁBITO DE TOMAR NOTAS
Considerando primeiramente que o aluno frequenta as aulas regularmente, você pode perguntar o seguinte:

Você revisa suas anotações após a aula para corrigir erros? Compara seus registros com os de outros estudantes? Onde você se senta na sala de aula?

Talvez seja interessante avaliar as anotações do aluno e sugerir mudanças (por exemplo, deixar mais espaço, usar tópicos, anotar exemplos utilizados pelo professor).

3. SUGERIR COMPORTAMENTOS SAUDÁVEIS
Procure saber quantas horas de sono o aluno costuma ter, o quanto dormiu antes da prova e se faz exercício e se alimenta adequadamente (vários estudos já comprovaram o papel essencial do sono para a formação de memórias).

4. RECOMENDAR TUTORIA
Se há essa possibilidade, busque incentivar. Caso contrário, você pode perguntar se o aluno tentou estudar com colegas.

5. DISCUTIR RECONHECIMENTO VERSUS CONHECIMENTO
Tente descrever a diferença entre (1) ler a matéria o suficiente para “reconhecer” o conteúdo como familiar e, prematuramente, concluir que conhece o assunto e o entende e (2) realmente compreender e assimilar. (Você pode até mencionar os trabalhos do psicólogo Hermann Ebbinghaus sobre os benefícios do overlearning – estudar o tema além do que é exigido para memorizá-lo ajuda ainda mais a fixar as informações – ou abordar o curse of knowledge – maldição do conhecimento – para demonstrar que, ao contrário do que acreditam muitos alunos, não basta ter assistido a uma aula ou ter a possibilidade imediata de pesquisar algo na rede ou no material didático para dominar o assunto).

6. ESTIMULAR A AUTOAVALIAÇÃO
Existem questionários científicos gratuitos de autoavaliação da aprendizagem. O projeto Enhancing Teacher Learning (ETL) oferece ferramentas de mensuração que permitem o aluno perceber como está estudando e o que pode melhorar – como o ETL Learning and Studying Questionnaire (LSQ) e o Approaches and Study Skills Inventory for Students (ASSIST). Os textos estão em inglês, disponíveis em www.etl.tla.ed.ac.uk/publications.html#measurement.

7. COMPARTILHAR ESTRATÉGIAS QUE FUNCIONAM
O professor John Hattie reuniu pesquisas de mais de 800 metanálises relacionadas com o desempenho educacional. Ele registrou o impacto dos efeitos de diferentes ações. Intervir para aprimorar comportamentos relacionados com os estudos revelou-se um fator altamente significativo. Essa metanálise e outros trabalhos sobre técnicas de estudo mostram que estratégias específicas são empiricamente comprovadas para dar resultados. Compartilhe com os alunos.

8. ACONSELHAR SOBRE O QUE NÃO FAZER
Pesquisas anteriores sugerem que os estudantes costumam fazer alguns “desvios perigosos”: técnicas de estudo que podem não ser benéficas e envolvem mais tempo de dedicação do que outros métodos mais eficazes. Infelizmente, esses deslizes podem representar comportamentos de estudantes com maior dificuldade acadêmica. É importante, então, que o professor alerte sobre técnicas pouco eficazes e que despendem tempo, como destacar trechos com marca-texto e reler anotações, e explique que há estratégias comprovadamente mais eficazes.

9. AVALIAR OS COMPORTAMENTOS DE ESTUDO DE SEUS ALUNOS
Busque correlacionar os hábitos dos alunos com os resultados de exames e identificar quais comportamentos estão associados com pontuações mais altas. Você pode compartilhar isso com os estudantes para ajudá-los a modificar hábitos educacionais. Por exemplo, o autor deste texto, Regan Gurung, criou uma Lista de Verificação de Comportamento de Estudo, com 35 itens, baseada em pesquisas anteriores e entrevistas com estudantes. Publicada no Journal of the Scholarship of Teaching and Learning, a lista está disponível on-line (em inglês): http://josotl.indiana.edu/article/viewFile/1734/1732.

10. NÃO ESPERE SOLUÇÕES MÁGICAS
É importante ter em mente que não há estratégias que funcionam o tempo todo e para todos os alunos. Diferentes exames exigem abordagens distintas. É possível que testes de múltipla escolha de uma disciplina na área de humanas exijam apenas comportamentos básicos de estudo, enquanto exames que demandem raciocínio lógico requeiram hábitos diferentes.

Fonte: Improving students’ learning with effective learning techniques: promising directions from cognitive and educational psychology. J. Dunlosky e outros. Psychological Science in the Public Interest, 2013.

A internet é uma sala de aula.

COM MILHÕES DE SEGUIDORES, PROFESSOR USA YOUTUBE E REDES SOCIAIS PARA ENSINAR BIOLOGIA EM SALA DE AULA.

O biólogo Paulo Jubilut mudou sua trajetória como professor a partir de uma demissão. Frente ao desafio de se reinventar na docência, ele criou a maior plataforma digital de videoaulas voltadas a alunos pré-universitários do Brasil, que já atingiu cerca de 3,5 milhões de visualizações. Especialista no uso de redes sociais na educação, ele acredita que a quantidade crescente de alunos interessados em aprender em comunidades virtuais reflete alternativas de abordagem na educação a distância (EAD) — e vê no uso de tecnologias um aliado para uma mudança de paradigma.

Como você descobriu que poderia usar as redes sociais para ensinar biologia? Fui professor de biologia em um curso pré-vestibular, de onde fui demitido em 2011, o que me fez pensar em novas formas de abordar o tema. Resolvi gravar uma aula e postar no YouTube, numa época em que essa plataforma não era o fenômeno que é hoje. Comecei com linguagem descontraída e informal, em contraponto às videoaulas mais formais, usando uma linguagem mais próxima da linguagem do aluno. O vídeo fez sucesso e gravei outras aulas, que começaram a ser mais visualizadas. Comecei a postar as aulas em um canal que já tem cerca de 1,3 milhão de seguidores, e numa página no Facebook, com cerca de 3,5 milhões de curtidas, o que faz de mim possivelmente o professor com maior engajamento em redes sociais no Brasil.

Como foi a migração da sala de aula para o ambiente virtual?

Fui aprendendo na prática, porque o uso de redes sociais na educação é recente no Brasil. No Facebook, comecei a falar de biologia relacionada ao cotidiano das pessoas. É uma ciência da vida, e para que as pessoas conseguissem relacionar sua vida com biologia, busquei falar sobre corpo humano, doenças, medicamentos. Na rede social passei a atingir o grande público. Hoje não trabalho mais sozinho, mas em equipe. Temos uma empresa com 30 pessoas, uma agência digital especializada em biologia. Também temos professores de física e química, para abordar as ciências da natureza de maneira interdisciplinar.

Nas redes sociais não há controle sobre quantidade e perfil de usuários que acessam informações. Isso influenciou a maneira como você passou a usar as redes?

É preciso ter cuidado, porque nas redes sociais há pessoas intolerantes, que não aceitam informações de caráter científico. Por exemplo, para explicar cromossomos, falamos de gênero, e descobrimos que essa discussão inflama as pessoas. Falamos sobre o vírus Zika, e houve manifestações contra as vacinas. Nas redes, as pessoas se manifestam muito mais e de maneira mais agressiva. Por isso, as linguagens foram se aprimorando, para evitar ou desestimular ataques. Hoje nos adiantamos buscando uma abordagem mais adequada, para evitar possíveis problemas. Passamos a usar algumas estratégias para aumentar o público — por exemplo, usar o tema animais de estimação para criar empatia com a biologia, porque pets engajam as pessoas. Navegando, o aluno chega a uma informação sobre pet que queremos abordar, como vacinação, o que nos ajuda a esclarecer o tema e a combater informações de movimentos que são contra vacinas, por exemplo.

E como você avalia o uso de tecnologias na produção de aulas no ensino a distância?

Eu nunca usei lousa, acho isso muito antiquado. Quando comecei a gravar aulas, ficava em frente ao computador, como num bate-papo, mas agora já estamos preparando um estúdio para transmitir aulas ao vivo, com a presença de alunos, que vão interagir entre si. Vamos usar uma tecnologia que permite interatividade com os alunos que assistam ao vivo pelo celular. Queremos mostrar para as escolas que é possível trabalhar com celular em sala de aula, porque sua proibição vai na contramão do que os alunos querem e podem fazer para estudar.

Considerando essas plataformas para ensino e aprendizagem, como os professores hoje utilizam tecnologia e, mais especificamente, as redes sociais para a educação?

No geral, há uma resistência dos professores em adotar certas tecnologias. Em minhas palestras em faculdades, escuto professores reclamando de que os alunos não largam do celular. Mas esse professor dá a mesma aula de anos atrás, quando seu público era analógico, sendo que hoje seu público é digital. O professor não pode continuar analógico, nem ter resistência a essas alternativas. Mesmo tendo disponíveis imagens 3D, que representam bem melhor o que ele está ensinando, ainda vejo professores desenhando no quadro, gastando um tempo que poderia servir para ampliar seu contato com o aluno. Há muito o que mudar ainda.

A tecnologia muda mais rapidamente do que os professores podem absorvê-la?

Sim, os professores resistem, mas os alunos já são digitais. Trazemos alunos para testar as plataformas, e observamos seu comportamento. Alguns assistem à aula em modo acelerado. Um módulo de 15 minutos é assistido em velocidade duplicada, ou seja, é um cérebro diferente do que gerações passadas de professores estavam acostumados a lidar. De acordo com nossas medições, o tempo médio em que os alunos ficam assistindo a um vídeo é de oito minutos e 32 segundos, ou seja, para eles uma aula de 40 minutos parece uma eternidade.

Mas como dar uma aula em um tempo tão reduzido?

Se não se pode dar uma aula em oito minutos, é necessário tornar as aulas mais atraentes. Hoje, nossa proposta é fazer videoaulas com linguagem cinematográfica, mais próxima dos seriados, uma linguagem com a qual os alunos estão familiarizados. Por isso, gravamos aulas de biologia in loco, mostrando a fauna local, o que o ensino presencial não consegue fazer. A ideia é que o aluno assista a essa aula em casa, para que o professor depois possa abordar o tema em sala de aula.

A ideia de EAD está bem difundida, mas recursos como as redes sociais não são ainda o foco dos professores. Como as novas tecnologias podem ser mais rapidamente absorvidas?

A EAD ainda reproduz o ensino presencial, o que não é inovador e apenas replica no meio digital o modelo analógico, que não funciona mais. A EAD continua formal, mesmo estando voltada a uma geração extremamente informal. Mas, mesmo não sendo disruptiva ou inovadora, a EAD cresce devido ao estilo de vida das pessoas, mais atarefadas, com maior acesso à internet, à banda larga. Contudo, é preciso crescer com qualidade. Para atingir a linguagem dessa geração e uma nova EAD, é preciso manter o aluno motivado. Este é o desafio tecnológico da EAD, porque ainda é mais difícil manter o aluno motivado no ensino a distância do que no presencial.

Nesse sentido, as redes sociais influenciam o conteúdo e a própria metodologia. Quais seriam as vantagens, desvantagens e desafios?

Desde pequeno o aluno está acostumado a aulas presenciais. A EAD é um sistema com o qual ele não está habituado, para o qual não foi treinado. Essa transição é complicada, e muitos não se adaptam. Não é questão de disciplina, mas de treinamento. Por isso, há mais resistência ao ensino a distância do que ao presencial. Quando o aluno se perde dentro da modalidade a distância, ele se desmotiva, e gera mais evasão do que no ensino presencial. Se o aluno não entende como funciona, se não consegue tirar uma dúvida, ele se sente só e desiste. O grande desafio da EAD é construir plataformas de aprendizagem que repliquem o melhor do modelo presencial, que é fazer com que o aluno se sinta em comunidade, que interaja e tire dúvidas.

“O GRANDE DESAFIO DA EAD É CONSTRUIR PLATAFORMAS DE APRENDIZAGEM QUE REPLIQUEM O MELHOR DO MODELO PRESENCIAL”

As chamadas aulas-show, em que um professor tem de manter a atenção de um auditório lotado, são um modelo possível para videoaulas?

Depende. Eu mesmo já dei esse tipo de aula, sem informação suficiente para o aluno, porque dar 50 aulas por semana impede pesquisa e aprimoramento e o conteúdo fica sem profundidade. Mas na modalidade digital a aula precisa ser bem preparada para atingir muita gente. O professor precisa ter tempo para estudar, buscar estratégias, apoio em trabalhos científicos. Se isso acontecer, é possível dar aula para duas mil pessoas, com carisma e humor, mas também com muito conteúdo.

Mas como esse tipo de aula poderia funcionar nas redes sociais?

O essencial de uma videoaula nas redes sociais é ir direto ao ponto, sem enrolação, com exemplos diretos, porque os dez primeiros segundos do vídeo são fundamentais para a pessoa decidir se assiste ou não. Em dez segundos é preciso deixar claro o que tem de melhor na aula e encantar o aluno. No vídeo, a percepção de tempo é diferente, e os professores precisam saber disso. Um exemplo de três minutos em sala precisa ser de 20 segundos no vídeo. E se determinado tema necessita de uma hora para ser abordado, é preciso dividir a aula em módulos de 10 a 15 minutos, para engajar e não perder o aluno.

Como isso foi observado?

Fazemos análise permanente de dados. Temos ferramentas, como os analytics, que informam em qual momento da aula houve queda na audiência, perda de visualização. Analisamos o que a aula mostrava naquele exato momento, a fim de criar alternativas para não diminuir o público. Por exemplo, descobrimos que quando um exercício começa a ser resolvido há perda de público, e passamos a dividir as aulas em duas partes, uma com conteúdo e outra com exercício. Na primeira aula, indicamos qual será o exercício da segunda aula, e o aluno que se interessar pelo exercício segue para a aula correspondente. Na primeira aula, queremos encantar. Na segunda, desenvolver. Assim, chegamos ao final com um público possivelmente menor, mas mais interessado.

Nesse sentido, é o aluno quem determina o que quer?

Sim, é uma possibilidade. Hoje usamos computação gráfica, o que deixa as aulas mais ricas e até mais longas, mas, para isso, é preciso criar um roteiro antes de gravar, pensar a aula no formato de vídeo. No digital, o aluno tem mais liberdade de tirar dúvidas, por conta da interação mediada.

E como acontece essa interação nas redes?

Atualmente, há grupos de WhatsApp em que os alunos discutem os temas das aulas, há Instagram de estudos, com comunidades gigantescas para tirar dúvidas, e há grupos no Facebook, com o mesmo propósito. Por isso, é preciso pensar nas redes como plataformas que possibilitam criar comunidades, e a EAD, cada vez mais, vai funcionar como comunidade virtual. Outro exemplo de interação acontece nas comunidades gamificadas, em que os alunos tiram suas dúvidas e pontuam com isso, como em um jogo. Há votação e mediadores, ou seja, a tecnologia permite que as pessoas interajam, aprendam e tirem dúvidas entre si. Nessas comunidades, o professor está se tornando um tutor, porque as pessoas estão aprendendo a aprender sozinhas.

Matéria originalmente publicada na revista Mundo Escolar, número 6.

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